sábado, 16 de agosto de 2014

Jesus assinala o aparecimento do Horizonte Espiritual, da Fraternidade Cósmica - Como Pai Universal, o antigo Javé tribal atinge dimensões cósmicas, é o Deus dos homens e dos anjos, da terra e das “outras moradas” que existem no infinito


Da conjugação dos elementos materiais e espirituais, em evolução simultânea, resulta o clima que permite ao mundo atingir a plenitude do horizonte espiritual, onde a mediunidade positiva se torna a fonte de esclarecimento e orientação dos problemas do espírito. Graças a ela, o homem se emancipa da tutela dos ritos e cultos primitivos.

4 – Mediunidade positiva

Jesus assinala o aparecimento do horizonte espiritual, marcando o início de um novo ciclo histórico no Ocidente. Com o seu ensino, amplamente divulgado e aceito, as grandes concepções do passado, limitadas a pequenos círculos de iniciados ou eleitos, modelam uma nova mentalidade coletiva. O Deus Pai de Jesus transcende o Deus Familiar de Abrão, Isaac e Jacó, supera a natureza tutelar dessa concepção judaica. Por isso, o Deus evangélico não é guerreiro, mas amoroso e justo; não faz discriminações, não exige culto externo, não quer intermediários. Como Pai Universal, o antigo Javé tribal atinge dimensões cósmicas, é o Deus dos homens e dos anjos, da terra e das “outras moradas” que existem no infinito.

Paulo, que exemplifica o drama da transição da consciência judaica para a cristã, adverte que Deus não deseja cultos externos, semelhantes aos dedicados às divindades pagãs, mas “um culto racional”, em que o sacrifício não será mais de plantas ou animais, mas da animalidade, ou seja, do ego inferior do homem. A religião se depura dos resíduos tribais, despe-se dos ritos agrários e da complexidade que esses ritos adquiriram no horizonte civilizado. Torna-se espiritual. Os próprios apóstolos do Cristo não compreendem de pronto essa transição. Pedro chefia o movimento que Paulo chamou “judaizante”, tendendo a fazer do Cristianismo uma nova seita judaica. Mas Paulo é a flama que mantém o ideal do Cristo. Inteligente e culto, é um dos poucos homens capazes de compreender a nova hora que surge, e por isso o Cristo o retira das hostes judaicas, para colocá-lo à frente do movimento cristão. A religião espiritual, desprovida de culto externo, iluminada pela razão, individualiza-se.

O cristão não precisa do sacramento de um sacerdote, do beneplácito de unia igreja, mas tão somente da pureza da sua própria consciência. O rito do batismo, que Pedro exige dos novos adeptos, juntamente com a circuncisão, repugna a Paulo, que o substitui pelo “batismo do espírito”, ou seja, a elucidação evangélica, seguida do desenvolvimento mediúnico. O mediunismo profético se generaliza, porque “o espírito se derrama sobre toda a carne”, e a fé, iluminada pela razão, deixa o terreno primário da crença, para elevar-se ao da convicção, através do conhecimento direto da realidade espiritual, tão clara e positiva quanto a material.

A mediunidade desenvolvida encoraja os apóstolos, que se mantêm em contato com as forças espirituais, para poderem enfrentar o poder temporal. Os mártires, os santos e os sábios encherão o mundo de espanto, com as luzes de uma nova e vigorosa concepção da vicia, que eleva o homem acima de si mesmo. É evidente que tudo isso não se realiza de um dia para outro, mas através de um lento processo de evolução social, econômica, cultural e espiritual.

58 – J. Herculano Pires

Jesus se chamava a si mesmo de semeador, porque conhecia o lento processo da semeadura e germinação das ideias. Sabia, também, que os princípios da sua doutrina, do seu ensino, teriam de sofrer as deformações naturais desse processo. Por isso anuncia, como vemos no Evangelho de João, a vinda do Consolador, do Paráclito, do Espírito da Verdade, incumbido de restabelecer a pureza da seara, separando o joio do trigo. O horizonte espiritual se abre em espirais crescentes sobre o mundo: primeiro, num círculo restrito de apóstolos e adeptos, oferece o modelo de uma nova ordem; depois, espalha-se pela terra, modificando as consciências, mas comprometendo-se com os elementos da velha ordem; por fim, domina o mundo, mas impregnado das heranças mitológicas; e só então consegue romper as perspectivas apocalípticas de “um novo céu e uma nova terra”, através da Reforma e do Espiritismo. Quando os homens atingiram o nível necessário de conhecimentos, para voltarem à verdadeira concepção cristã, tomando-se capazes de compreender o que o Cristo havia ensinado e o que não pudera ensinar na sua época, segundo as suas próprias palavras, então a revolta sacudiu a Igreja e o Espírito derramou-se fartamente sobre toda a carne.

Lutero encarnou a luta contra o paganismo idólatra que invadira, como terrível joio, a seara cristã. Combateu corajosamente o comércio de indulgências. Reclamou e impôs a volta a Cristo e aos textos esquecidos do seu Evangelho. Mas depois de Lutero viria o Espírito da Verdade, para impor o retorno não somente à letra, aos textos, e sim ao próprio espírito do Evangelho, à essência espiritual do Cristianismo. E Kardec iniciaria o grande movimento doutrinário de restabelecimento do ensino de Jesus, sob a égide da Falange do Espírito da Verdade.

É por isso que vemos, na propagação do Espiritismo, repetirem-se os milagres da fé e da coragem dos cristãos primitivos. Completa-se, com a era do Consolador, o ciclo espiritual iniciado há dois mil anos, pelo próprio Cristo. Os mártires se entregavam às chamas e às feras, porque sabiam existir uma realidade supra terrena, e não apenas por crerem nessa realidade. Entre os espíritas, veremos a mesma coisa. O escritor inglês Denis Bradley conclui o seu livro, RUMO ÀS ESTRELAS, declarando peremptoriamente: “Eu não creio. Eu sei”. É essa convicção poderosa, resultante do desenvolvimento da mediunidade positiva, que faz o movimento espírita enfrentar todas as forças organizadas do mundo, desde o púlpito até à cátedra, para sustentar uma nova concepção da vida e do mundo.

Kardec explica, em A GÊNESE, capítulo primeiro, por que o Espiritismo só poderia surgir em meados do século dezenove, depois da longa fermentação dos princípios cristãos da Idade Média e do desenvolvimento das ciências na Renascença. Escreveu ele: “O Espiritismo, tendo por objeto o estudo de um dos elementos constitutivos do Universo, toca forçosamente na maioria das ciências. Só poderia, pois, aparecer, depois da elaboração delas. Nasceu pela força mesma das coisas, pela impossibilidade de explicar-se tudo apenas pelas leis da matéria”. Como se vê, da conjugação dos elementos materiais e espirituais, em evolução simultânea, resulta o clima que permite ao mundo atingir a plenitude do horizonte espiritual, onde a mediunidade positiva se torna a fonte de esclarecimento e orientação dos problemas do espírito. Graças a ela, o homem se emancipa da tutela dos ritos e cultos primitivos.


Página 57 - O ESPÍRITO E O TEMPO - Herculano Pires
INDICE

Preliminares – pag. 8

1ª Parte – Fase pré-histórica – pag. 11

I – Horizonte tribal e mediunismo primitivo
II – Horizonte agrícola: animismo e culto dos ancestrais
III – Horizonte civilizado: mediunismo oracular
IV – Horizonte profético: mediunismo bíblico
V – Horizonte espiritual: mediunidade positiva

2ª Parte – Fase histórica – pag. 59

I – Emancipação espiritual do homem
II – Ruptura dos arcabouços religiosos
III – A invasão espiritual organizada
IV – Antecipações doutrinárias
V – A falange do consolador

3ª Parte – Doutrina Espírita – pag. 107

I – O triângulo de Emmanuel
II – A ciência admirável
III – A filosofia do Espírito
IV – Religião em espírito e verdade
V – Mundo de regeneração

4ª Parte – A prática mediúnica – pag. 157

I – Pesquisa científica da mediunidade
II – As leis da mediunidade
III – Antropologia espírita

Bibliografia – pag. 194 

Horizontalização das relações entre o Humano e o Divino? Conceito ampliado de Rede Social, pela interação natural (sem misticismos), com os humanos não limitados pela Matéria?



 A História, que é essencialmente História do Espírito, transcorre ‘no tempo’. Assim, pois, ‘o desenvolvimento do espírito cai no tempo’. Hegel, porém, não se contenta em afirmar a ‘intratemporacialidade’ do espírito como um factum, mas trata de compreender a possibilidade de que o espírito caia no tempo, que é o ‘sensível não sensível’. O tempo há de poder acolher o espírito, por assim dizer. E o espírito há de ser, por sua vez, afim com o tempo e com a sua essência.”
HEIDEGGER, crítica de Hegel, em O SER E O TEMPO.

CAPÍTULO V
HORIZONTE ESPIRITUAL: MEDIUNIDADE POSITIVA

1 – Transcendência humana

A individualização espiritual representa o momento de transcendência humana, ou seja, aquele em que o homem supera as condições da própria humanidade. Até esse momento, ser humano é estar ligado a condições animais, diferenciando-se das outras espécies apenas pela razão. Há deuses e homens. Os deuses são entidades espirituais, superiores, que vivem nos intermúndios, gozando do privilégio da imortalidade. Os homens são criaturas efêmeras, escravizadas ao solo, “bichos da terra, tão pequenos”, segundo a expressão de Camões. Mas, quando a evolução mediúnica abre as perspectivas do horizonte espiritual, o homem descobre que ele e os deuses são semelhantes, e por isso mesmo se eleva sobre a condição humana, atingindo a divina.

Na antiguidade e na Idade Média, o dualismo humano divino se mostra bem claro. Um fenômeno mediúnico de possessão é sempre tomado como manifestação demoníaca ou sagrada. O homem, não tendo ainda atingido o horizonte espiritual, não pode conceber que o espírito comunicante seja da sua mesma natureza. Para ele, trata-se de uma entidade estranha, boa ou má. Entretanto, no horizonte profético de Israel, já aberto às perspectivas espirituais, aparecem as declarações insistentes de que os espíritos comunicantes são de natureza humana, como vemos nos casos espíritas da Bíblia, Velho e Novo Testamentos. Somente na era moderna, porém, essa compreensão irá se tornar efetiva. Porque só então o espírito humano amadureceu o suficiente, para que a promessa do Consolador, do Paráclito, do Espírito da Verdade, possa cumprir-se.

É por isso que o espírito de Charles Rosma, ao comunicar-se em Hydesville, através da mediunidade das irmãs Fox, numa família metodista, não é mais tomado como demônio ou deus, mas como o espírito de um homem. Assim aceito, Rosma pode falar do seu estado, do seu passado, e dar as indicações de sua passagem ocasional pela residência em que foi morto, bem como das condições dessa morte e dos indícios existentes no subsolo, que serão encontrados mais tarde. Rosma pode ser tomado como um exemplo do fenômeno da transcendência humana, que assinala o aparecimento concomitante da mediunidade positiva. Não encontramos mais, em Hydesville, o profeta bíblico, nem o oráculo ou o pajé, mas o médium, ou seja, o indivíduo humano que se tornou capaz de servir de intermediário entre seres espirituais e carnais, ambos da mesma natureza. Rosma, o mascate, morto na casinha de Hydesville, transcende sua condição material humana, mas continua humano no plano espiritual. De mascate, passa a espírito e como espírito se comunica, graças à mediunidade das meninas da família Fox. Já não estamos mais no plano místico e misterioso do mediunismo, mas no plano científico, racional, da mediunidade positiva.


52 – J. Her culano Pires

Vemos assim que o aparecimento do horizonte espiritual é uma decorrência natural da evolução mediúnica. Mas vemos também, como assinala Kardec em A GÊNESE, que essa evolução se realiza num contexto histórico, juntamente com a evolução mental, moral e espiritual do homem, no processo de desenvolvimento econômico social da humanidade. Sem o desenvolvimento científico, assinala Kardec, não se criaria no mundo o clima necessário à compreensão do Espiritismo:

Quando tratamos, pois, de mediunidade positiva, não fazemos abstração das condições históricas que propiciaram o seu aparecimento. Temos de encarar o problema no seu contexto, para bem compreendê-lo.

A transcendência humana que caracteriza o horizonte espiritual não significa, por isso mesmo, uma fuga ou uma deserção das condições humanas. Pelo contrário, significa o aparecimento dessas condições, permitindo a superação da animalidade e a transferência do homem para o plano antigamente reservado às divindades, fossem elas benéficas ou maléficas.

Por outro lado, essa superação não representa um passe de mágica, um fato sobrenatural, uma descontinuidade no processo histórico, mas o seu prosseguimento natural. Tornar-se divino é o próprio destino do homem. O divino, como já dissemos, é aquilo que está acima do humano, assim como o humano é o que está acima do animal. Deste ao homem há a distância de uma superação, mas essa distância não é vazia. Do homem ao divino há também uma distância, que se prolonga através de fases evolutivas bem definidas.

Podemos falar, lembrando Einstein, de um continuum do processo evolutivo, englobando matéria e espírito. Porque nesse processo não há solução de continuidade. Já vimos as fases evolutivas inferiores, em que o homem sobe, pouco a pouco, do plano biológico para o social e deste para o profético e o espiritual. Mas nos dois últimos, o profético e o espiritual, já se iniciam as fases evolutivas superiores.

Veremos como essas fases se definem no plano mental, ao analisarmos a série de concepções que constituem, no seu conjunto, o processo de transcendência ao horizonte espiritual. É pelo pensamento que o homem se eleva, supera as condições da vida humana no plano físico, atingindo as possibilidades de sublimação humana no plano espiritual. Ortega y Gasset definia o homem como um drama. Nada nos oferece melhor visão desse drama, em sua extensão e em sua profundidade, do que o estudo da evolução humana à luz dos princípios espíritas.

Página 51 - O ESPÍRITO E O TEMPO - Herculano Pires
INDICE

Preliminares – pag. 8

1ª Parte – Fase pré-histórica – pag. 11

I – Horizonte tribal e mediunismo primitivo
II – Horizonte agrícola: animismo e culto dos ancestrais
III – Horizonte civilizado: mediunismo oracular
IV – Horizonte profético: mediunismo bíblico
V – Horizonte espiritual: mediunidade positiva

2ª Parte – Fase histórica – pag. 59

I – Emancipação espiritual do homem
II – Ruptura dos arcabouços religiosos
III – A invasão espiritual organizada
IV – Antecipações doutrinárias
V – A falange do consolador

3ª Parte – Doutrina Espírita – pag. 107

I – O triângulo de Emmanuel
II – A ciência admirável
III – A filosofia do Espírito
IV – Religião em espírito e verdade
V – Mundo de regeneração

4ª Parte – A prática mediúnica – pag. 157

I – Pesquisa científica da mediunidade
II – As leis da mediunidade
III – Antropologia espírita


Bibliografia – pag. 194

O CULTO CRISTÃO - O culto exterior do Cristianismo Oficial contrasta flagrantemente com o culto interior do Cristo e do Cristianismo apostólico


V - O CULTO CRISTÃO

Páginas 22 a 24 de Revisão do cristianismo

     Há uma diferença fundamental entre o culto das antigas religiões agrárias e pastoris e o culto cristão. Todo o ritual do culto daquelas religiões nasceu dos ritmos da Natureza, enquanto os rituais do culto cristão tiveram de ser derivado daqueles e não raro inventado. Disso resulta um problema de legitimidade que tem provocado incessantes disputas e violentas condenações. A revolta luterana, que desencadeou a Reforma, foi um dos momentos mais críticos dessa busca da legitimidade e provocou o movimento da Contra-Reforma. Lutero preconizou a volta a Cristo, com a extinção de todos os acessórios adotados pela Igreja através de mais de um milênio de invenções bastardas. Porque o Cristianismo havia sido precisamente uma reforma do Judaísmo, visando à depuração do culto judaico, que atingira, na fase dominante do Farisaísmo, a mais espantosa saturação de normas e formas para a relação do homem com Deus. 

    Jesus, nascido judeu, formado na educação judaica das sinagogas, condicionado pela tradição bíblica, mostrou-se desde o início do seu ministério espiritual um revolucionário e um crí-tico rigoroso das exterioridades rituais e comerciáveis do Templo de Jerusalém. Não se submeteu a nenhuma ordenação oficial, preferindo agir como um rabino popular independente, violando as leis do rabinato e condenando-as francamente. Não instituiu fórmulas novas e nem fundou qualquer igreja. Assim, os cristãos formalistas, apegados ao passado, viram-se em dificuldades para restabelecer um culto cristão, tendo de apelar para a adaptação de certas expressões evangélicas aos seus objetivos. Centralizou-se o culto na pessoa de Jesus Cristo como único salvador da humanidade, único intercessor do homem junto a Deus, fundamentando-se a fé na expressão alegórica do Batista, que chamou Jesus de Cordeiro de Deus.

O culto cristão ligou-se assim aos cultos agrários e pastoris, revelando suas raízes na alegoria do Cordeiro. Mas esta alegoria não se refere aos cultos ancestrais, e sim aos sacrifícios de animais no Templo de Jerusalém. Jesus seria o cordeiro ritual que o próprio enviara à Terra para ser sacrificado em seu louvor, a fim de que o sangue do sacrifício lavasse os pecados da humanidade. Há tanta incongruência nesse mito que fundamenta o culto cristão, quanto nos demais que se desenvolvem posteriormente. Até mesmo dos ritos fálicos dos tempos mais remotos foi tirado o modelo do hissope para a aspersão da água benta, uma prática mágica de fecundação da terra para a semeadura, segundo o processo da fecundação animal e humana.

Jesus combateu a magia e os mitos, mas o Cristianismo se organizou na sistemática mitológica e acabou transformando o próprio Mestre em mito. O rito do batismo era uma prática muito difundida na Palestina, segundo mostra Guignebert, e provinha das religiões ancestrais dos cananeus. João Batista nada mais fazia do que usar essa prática para ajudar as criaturas a se modificarem, certas de que a água do Jordão não lhes lavara apenas o corpo, mas também a alma. Por isso os batizados com água eram aplicados a pessoas adultas, que deviam compreender a necessidade de iniciar uma vida nova para agradar a Deus. Esse ato folclórico, simples e puro, foi transformado no culto cristão num processo mágico de purificação espiritual, destinado a lavar a mancha do pecado original de Adão e Eva da almazinha inocente das crianças recém-nascidas. Mas que pecado era esse? O da desobediência, que a serpente transmitira a Eva e esta a Adão. No entanto, a desobediência da criança, como a dos animais, não pode apagar-se com palavras, água e sal, porque é uma consequência natural do desenvolvimento dos instintos vitais que levam os animais e o homem à busca de satisfação de suas necessidades orgânicas.

Talvez por isso inventou-se também o rito da crisma como confirmação do batismo, que por si só se mostrava impotente contra o pecado original. O padre batiza, o bispo, seu superior hierárquico, dá o sacramento da crisma. E apesar de todo o aparato do culto exterior e de toda a sofística da justificação teológica, a criança não cede nada em sua desobediência salutar e necessária. Não só as formas sacramentais se revelam vazias, mas também os supostos poderes da hierarquia sacerdotal. Além disso, as igrejas se esqueceram das palavras seguintes do Batista, que restringem o batismo da água ao seu ministério individual, anunciando que o Cristo batizaria no fogo e no espírito. E também se esqueceram do episódio do Apóstolo Pedro no porto de Jope, quando afirmou, na casa do centurião romano Cornélios, que o batismo do espírito não dependia de nenhum rito sacerdotal.

A Missa, como assinala Blavatsky, é a antiga ceia das ordens ocultas dos Mistérios mitológicos, das cerimônias maçônicas, transformadas numa encenação mágica do Cristianismo. As procissões sagradas do Corpo de Deus derivam de adaptações egípcias do Culto de Osíris, esquartejado e depois ressuscitado. As procissões comuns dos santos em andores floridos imitaram as procissões romanas dos deuses-lares, dos manes, antepassados das grandes famílias romanas cultuados pelos descendentes.

A extrema-unção é a revivescência das unções piedosas dos cadáveres com óleos rituais, que no Egito chegou ao extremo da mumificação, num apego desesperado e anticristão ao corpo carnal. O latim, língua do Império dos Césares, mantinha o prestígio dos ritos e do sacerdócio, pois a linguagem misteriosa, que ninguém mais compreendia, resguardava o poder secreto de um mundo morto, mas fabuloso. O pensamento mágico, natural nas populações bárbaras que derrubaram o Império das Messalinas. E o pensamento racional do Cristo, que tudo explicava e esclarecia, era deformado pelas interpretações teológicas que alimentadas pela fascinação do desconhecido e particularmente do sobrenatural: As vestes sacerdotais, pesadas e solenes, herdadas de cultos orientais que invadiram a Europa, e a coroa recortada no couro cabeludo dos padres, representando o disco solar das religiões pagãs, guardava o poder das clareiras abertas no mistério das florestas profundas e escuras.

A imaginação mítica da população bárbara embriagava-se com esses ingênuos artifícios que, na verdade, constituíam a mais atrevida e completa deformação da mensagem cristã. Hoje, quem assiste a uma missa na linguagem atual de qualquer nação moderna sente logo a sensação de uma representação teatral ingênua, desprovida de toda a grandeza imaginária do passado. Um teatrólogo moderno poderia elaborar um texto melhor para a recitação ingênua dos párocos, que não obstante se julgam dotados do poder de evocar a Deus em carne e sangue, na pessoa do Cristo, e fazê-lo encarnar na hóstia, sem que Ele (Deus) possa recusar-se a isso.

Não queremos ridicularizar a crença simples do povo, que ainda hoje carrega as suas pesadas cargas de superstição e magia, mas apenas mostrar, com estes dados recolhidos da pesquisa histórica mundial, em plano universitário, que o chamado Cristianismo oficial necessita de uma revisão imediata para poder entrosar-se na cultura contemporânea. Todo esse gigantesco fabulário que fez de Jesus de Nazaré um mito absurdo, alimentando ainda hoje as mais sangrentas lutas religiosas no mundo, tem de ser desmontado para que o Cristo reapareça na sua realidade humana e racional, retomando o seu lugar entre os homens.

A mensagem cristã, na sua pureza primitiva, tem um poder muito maior que o de todo esse amontoado de coisas heterogêneas e encenações antiquadas. Sua finalidade não é fascinar os homens e dominá-los pela paixão do mistério, mas esclarecê-los e transformá-los pela visão real do mundo e da vida. No momento em que a Ciência penetra na intimidade da matéria, revelando os segredos da sua estrutura, e rompe os limites do pequenino e pobre planeta que habitamos, para mostrar-nos a grandeza do Cosmos e a possibilidade humana de devassá-lo e conquistá-lo, o apego das populações civilizadas a esse amontoado de superstições e crendices só pode favorecer, como está favorecendo, o desenvolvimento da descrença e do materialismo em todo o mundo.

O tabu do sagrado, elaborado e entretecido em filigranas mentais, gerando uma terminologia fantasiosa, em que as palavras perdem o sentido da comunicação para se tornarem perigosas formas de vetores psicoemocionais, sufocando a razão e impedindo o entendimento, não pode subsistir sem graves ameaças numa hora de acelerado desenvolvimento cultural. Nossa submissão a essa herança mágica equivale a um suicídio coletivo, que já nos ameaça com os fantásticos arsenais de armas atômicas.

Não se trata de ameaça divina, mas humana. De castigo do Céu, mas de traição terrena. De respeito ao passado, mas de acomodação egoísta no presente. Porque o passado real foi desfigurado e aviltado nas aras da ignorância e dos interesses imediatistas. O passado real está na Verdade Cristã.

O culto exterior do Cristianismo Oficial contrasta flagrantemente com o culto interior do Cristo e do Cristianismo apostólico. Jesus condenou os fariseus que se vestiam de roupagem pomposa e se punham a orar nas esquinas de Jerusalém para serem vistos e admirados. Desrespeitou as regras de pureza que ordenavam lavar as mãos para sentar-se à mesa, sem prescrever a pureza do coração. Permitiu que os discípulos famintos apanhassem espigas de trigo no campo, em pleno sábado, para se alimentarem. Fez curas no sábado e lembrou que o mais zeloso judeu não deixaria de salvar sua ovelha caída num buraco no dia de sábado. E por fim perguntou se o sábado havia sido feito para o homem ou o homem para o sábado.

Sua posição contra os mitos, os dogmas, os ritos, as prescrições formais e todo o formalismo está bem definido nos textos evangélicos, ressaltando como água pura entre os elementos impuros da influência mitológica sobre os redatores tardios dos textos. Na parábola do trigo e do joio revelou sua plena consciência de que o seu ensino seria deturpado e precisaria mais tarde ser restabelecido em espírito e verdade.

Mas o comodismo, o egoísmo, o interesse inferior pelas coisas terrenas, a preguiça mental, a covardia — todas essas anti-virtudes da espécie consolidaram no tempo as posições vantajosas do anti-Cristo, dando a este o domínio do mundo. Ainda recentemente o Papa atual, na investidura sagrada da sua santidade oficial e da sua infalibilidade abismal, declarou: "Quem não acredita no Diabo não é cristão". O que se sabia até agora é que não é cristão quem não acredita no Cristo. Essa espécie de qualificação da fé às avessas exemplifica bem a inversão da mentalidade cristã através da sedimentação do formalismo em quase dois mil anos de apego ao culto exterior.

 É um processo de alienação em que os cristãos se entregaram à matéria, às coisas e aos objetos. Em consequência, o Cristianismo também se fez objeto, e o que é pior, objeto de especulações em todos os campos da mundanidade. As formas se esvaziaram. Quando hoje se fala no Reino de Deus entende-se Reino da Terra. Quando se fala no Cristo, pensa-se num mito. A fé projetou-se nas coisas, segundo as leis do animismo primitivo dos selvagens e das crianças. O culto cristão não é de entidades espirituais, mas de ídolos materiais carregados se supostos poderes transferidos a imagens e símbolos. Esse processo de transferência anímica esvaziou também os crentes, transformando a fé antiga em crença supersticiosa na trepidação dos tempos novos em que a máquina (também coisa, objeto) sobrepõe-se ao homem. A prova maior desse esvaziamento, em que o pneuma, ou espírito, afastou-se da criatura está na desumanidade contemporânea, em que se luta pelas coisas aniquilando o homem. O valor humano desaparece tragado pelo valor excessivo das coisas.

A revisão do Cristianismo é hoje uma exigência da própria sobrevivência humana. Embriagado pelas conquistas materiais, o homem se deixa arrastar pelas coisas, coisificando-se a si mesmo. As ideias materialistas o levam a considerar a existência terrena como um jogo de forças cegas em que só vale o mais forte. E como a força também não está mais no homem, transferiu-se para as máquinas e seus combustíveis, para as armas e seus explosivos, o próprio homem se transfere, já não apenas animicamente, mas de corpo inteiro, para o mundo das máquinas. Mecaniza-se.

A visão cristã do mundo mudou-se em visão diabólica. Transformando Jesus de Nazaré em mito, o homem se transformou em robô. A ingenuidade da pragmática norte-americana ainda envia cosmonautas à Lua. Os soviéticos, apegados à práxis marxista, preferem enviar tratores de controle remoto, que lhe trazem as pedras lunares com menos complicações e menos perigo. O espírito de aventura dos norte-americanos não resiste ao desafio do Cosmos. O espírito prático dos russos, num processo de industrialização mais recente, não resiste ao fascínio da mecânica. Mas se os americanos continuam apegados às suas seitas cristãs e os russos ao materialismo marxista, no fundo se encontram e se conjugam na mesma alienação do homem à máquina.

Tagore assinalou a transformação da antropofagia selvagem à civilizada, mostrando que os homens atuais se entredevoram na selva selvaggia dos lucros e dos juros. Crianças esquálidas, nos arredores de metrópoles suntuosas, tiveram seu sangue sugado pelos vampiros insaciáveis do lucro. Os campos de trabalhos forçados da URSS são máquinas de vampirização montadas pelo Estado. O misticismo russo também se transferiu para o fanatismo político estatal. Na própria índia mística, os gurus montaram suas indústrias de espiritualidade enlatada. Santiniketan, a Universidade espiritual de Tagore, é hoje um centro de política universitária voraz, como disse o Dr. Barnejee. A política espiritual de Gandhi, o Mahatma cedeu lugar à política da violência, dirigida por uma mulher.
O processo de inversão dos polos projeta-se em todo o mundo. A China entregou-se ao materialismo e à massificação cultural, eliminando os últimos resquícios das tradições espirituais. Na África negra tudo foi mais fácil. Bastou o afastamento dos brancos para que os negros revelassem o que aprenderam com eles para multiplicar sua autodestruição. E Israel, que rejeitou o Cristo desde o princípio, conseguiu reorganizar-se na base das tradições da raça, mas agora em ritmo de 007, violando todos os princípios do Direito Internacional para mostrar a dureza interior dos sabras, esses frutos do cactus do deserto, prontos a revelar suas habilidades mecânicas.
      A coincidência de todas essas modificações no mundo é significativa, como se diz na linguagem parapsicológica. O panorama mundial reflete a inversão de valores produzida pela deformação milenar do culto cristão. Porque a verdade é que o Cristianismo envolveu todo o mundo, pelo seu poder de expansão e contaminação, no fluxo de transformações deflagrado pelas palavras do Cristo. O mundo cristão desequilibrado, com sua polaridade invertida, desequilibrou todo o planeta. Ou reequilibramos esse mundo, restabelecendo a verdade cristã, ou pereceremos com ele.

O sabra (em hebraico צבר, pronuncia - se tsabar) é uma fruta que cresce nos cactus dos territórios de Israel e da Palestina.

Resumo das leis dos fenômenos espíritas *** Espiritismo dialético ('O materialismo dialético considerou “mau” o princípio espiritual, escolhendo como “bom” apenas o material => não é mais do que uma tentativa de síntese')

Desconsiderar, sem estudo e reflexão, os argumentos e  experimentos  dedicados  à  espiritualidade (conceito  presente  em todas as sociedades humanas, desde  as  cavernas)  é  tão irracional  quanto  aceitar  a  fé  cega  -  baseada  em  dogmas  não analisáveis  -  com  que  as religiões engessam as mentes dos crédulos. De minha parte busco tratar com  honestidade  todos os subsídios ao conhecimento também nesta área de aprendizagem. Tem sido meus principais mentores intelectuais neste esforço: Allan Kardec, Leon Denis e Herculano Pires.

RESUMO DAS LEIS DOS FENÔMENOS ESPÍRITAS
por ALLAN KARDEC
Títulos originais: RÉSUMÉ DE LAI LOI DES PHÉNOMÈNES SPIRITES (Paris, Avr. 1864, Chez Didier et Cie.)

Observações preliminares
As pessoas alheias ao Espiritismo, não lhe compreendendo nem os objetivos nem os fins, dele fazem, quase sempre, uma ideia, completamente falsa. O que lhes falta, sobretudo, é o conhecimento do princípio, a chave primeira dos fenômenos; à falta disso, o que veem e o que ouvem é sem proveito e mesmo sem interesse para elas. A experiência tem demonstrado que apenas a visão ou o relato dos fenômenos não bastam para convencer. Aquele mesmo que é testemunha de fatos capazes de confundirem, fica mais espantado do que convencido; quanto mais o efeito parece extraordinário, mais dele se suspeita. Somente um estudo prévio sério pode conduzir à convicção; frequentemente, basta para mudar inteiramente o curso das idéias. Em todos os casos, é indispensável para compreensão dos mais simples fenômenos. À falta de uma instrução completa, um resumo sucinto das leis que rege as manifestações bastará para fazer considerar as coisas sob seu verdadeiro aspecto, para as pessoas que nela ainda não estão iniciadas. É o primeiro passo que damos na pequena instrução adiante.

Esta instrução foi feita, sobretudo, tendo em vista as pessoas que não possuem nenhuma noção do Espiritismo. Nos grupos ou reuniões espíritas, onde se encontrem assistentes noviços, pode servir, utilmente, de preâmbulo às sessões, segundo as necessidades.

Resumo das leis dos fenômenos espiritas  (20 páginas / 42 tópicos)


ESPIRITISMO DIALÉTICO
José Herculano Pires

Prefácio da obra Dialética e Metapsíquica, do filósofo portenho Humberto Mariotti, originalmente publicada pela Édipo – Edições Populares Ltda. em fevereiro de 1951.
Republicado em livro por A Fagulha, de Campinas-SP, editora do Movimento Universitário Espírita (MUE), em 1971.

A história do conhecimento é uma sequência de erros, equívocos e frustrações. Este o motivo por que Sócrates costumava explicar: “Só sei que nada sei, e que a filosofia começa quando começamos a duvidar.” Outra coisa não tem feito o homem, desde as cavernas da era pré-lacustre, do que errar para aprender. A história da civilização não é, portanto, somente a da luta de classes, segundo o materialismo dialético, mas a própria história do erro. Como, entretanto, do erro, do equívoco, da frustração, nasceram sempre e em todos os tempos o conhecimento e a sabedoria, mais uma vez se comprova, no terreno do pensamento, o processo dialético da natureza, que do pântano arranca os lírios, da larva a borboleta, do pecador o santo, do caos da sociedade capitalista os contornos do socialismo.

Quando Demócrito firmou o princípio atômico da constituição do mundo, cometeu toda uma série de erros, atribuindo à suposta partícula indivisível a diversidade de peso no vácuo, e dotando-a de ganchos para a composição da matéria. Não obstante, havia descoberto, mais de trezentos anos antes de Cristo, o segredo da constituição do mundo, que a física experimental só encontraria vinte e quatro séculos depois.

Ao formular a base dialética da sua filosofia, Hegel unificou o “ser” e o “pensar” de Kant, mas caiu no equívoco da “ideia universal”, espécie de encarnação filosófica do caprichoso deus antropomórfico das religiões. Feuerbach teve a coragem de fazer a filosofia descer do empíreo hegeliano à terra, para ligá-la às ciências naturais, mas caiu na frustração da “antropologia”, novamente separando o “ser” do “pensar” e transformando este último numa simples função da matéria. Não obstante, apoiados na dialética de Hegel e no materialismo de Feuerbach, Marx e Engels criaram o materialismo dialético, dando novo impulso ao pensamento filosófico, abrindo novas possibilidades à investigação dos processos históricos e sociais, oferecendo base científica às aspirações do socialismo empírico.

Foram os gênios transformadores do século 19, tornando-se credores de todos os que — e são a humanidade, — desfrutam hoje da possibilidade de uma caminhada mais rápida nos rumos da civilização socialista. Stanley Jones, o grande missionário protestante, conhecido como “o cavaleiro do Reino de Deus”, observa, em “Cristo e o Comunismo”, que Marx impulsiona a história, limpando o templo da praga dos vendilhões, à semelhança do chicote do rabino, que ainda hoje espanta os cristãos comodistas.

Entretanto, a filosofia que Marx e Engels ofereceram ao mundo, como a mais alta expressão do conhecimento, não passa de uma forma híbrida, que se travestiu de síntese. A tese de Hegel e a antítese de Feuerbach não se conjugam na moderna escolástica do materialismo dialético, pois ali estão, sem dúvida, forçadas pela violência gráfica, duas palavras contraditórias e irredutíveis, que não encontram caminho para o desenvolvimento da síntese. O materialismo é a porta fechada, diante da qual se interrompe, abruptamente, o processo dialético de Hegel.

Marx condenou a “incapacidade burguesa” de Proudhon para compreender a lei fundamental da dialética hegeliana, a “unidade dos contrários”, e chamou-o de falsificador, por ter feito a escolha indébita de um dos contrários, a propriedade “boa”, rejeitando dessa maneira a própria dialética. Mas, em compensação, — rejubile-se o espírito de Proudhon! — ele e Engels não fizeram outra coisa. A luta dos contrários foi simplesmente frustrada na elaboração da dialética moderna, que se formou pela mesma e indébita escolha de um dos contrários. O materialismo dialético considerou “mau” o princípio espiritual, escolhendo como “bom” apenas o material. Por isso mesmo, não obstante a enorme contribuição que trouxe à marcha do conhecimento, não é mais do que uma tentativa de síntese.

Espiritismo dialético - Herculano Pires

A revisão do Cristianismo é hoje uma exigência da própria sobrevivência humana. Embriagado pelas conquistas materiais, o homem se deixa arrastar pelas coisas, coisificando-se a si mesmo

Dois sistemas gêmeos de ideias sustentam a hegemonia, em crise, norte-americana: o NeoLiberalismo e o NeoConservadorismo Cristão.

São as bases deste modelo, em crise, para exploração insana das pessoas e recursos do planeta.

A Crise de 2007 – (?) desmoralizou os ‘mitos sagrados’ do NeoLiberalismo (A Ideologia de Wall Street).

Nos dois livros recomendados abaixo, com trechos anexos, temos recursos para desmistificar estes Cristianismos de ‘aparências e ritos vazios’ que sustentaram / sustentam, ideologicamente:

    • O Império Romano (após 300 D.C.)
    • Os Reis Sagrados da Idade Média / Mercantilismo
    • Os Barões das Revoluções Industriais
    • A Globalização Financeira (Desumanizante e Destruidora de Recursos Não Renováveis)
São eles:
PIRES, J. Herculano. Revisão do Cristianismo. São Paulo, Paideia (1977)


Categoria: Filosofia Espírita
ISBN:     8588849224 
Formato:     14 x 21 - 111 páginas

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Oferece-nos uma visão histórica do fenômeno cristão e das suas dimensões espirituais, com base nas pesquisas universitárias de suas origens e do seu desenvolvimento na era mitológica. É um livro de estudo e não de polêmica.

Propõe a revisão total do cristianismo atual como exigência irrevogável da “Era Cósmica”, em que estamos entrando. A figura de Jesus de Nazaré se reintegra na sua verdadeira condição humana.

Há um abismo entre o Cristo e o Cristianismo, tão grande quanto o abismo existente entre Jesus de Nazaré, filho de José e Maria, nascido em Nazaré, na Galiléia, e Jesus Cristo, nascido da Constelação da Virgem, na Cidade do Rei Davi em Belém da Judéia, segundo o mito hebraico do Messias.

Por isso a Civilização Cristã, nascida em sangue e em sangue alimentada, não possui o Espírito de Jesus, mas o corpo mitológico do Cristo, morto e exangue.

Mahatma Gandi exclamou, ao ler os Evangelhos: “Como pôde uma árvore como esta dar os frutos que conhecemos?”








Zelota: A Vida e a Época de Jesus de Nazaré (2013),

Escrito pelo iraniano-americano Reza Aslan, procura recuperar o Jesus histórico e o cotidiano político e religioso da Palestina de 2.000 anos atrás.

Em julho deste ano, Aslan protagonizou o que foi chamado de a entrevista mais constrangedora de todos os tempos. Na conversa ao vivo, Laura Green, âncora da Fox News, questionou o direito de um muçulmano de escrever sobre a vida do fundador do cristianismo. 


[Claudio: a Fox News representa para o NeoConservadorismo Cristão (EUA) o que a TV Record representa para os Evangélicos Brasileiros. E os Estados Unidos vem nos falar dos riscos das Teocracias Islâmicas... !]

Estudioso das origens do cristianismo há duas décadas e graduado nas universidades Santa Clara, Harvard e Iowa, ele é Ph.D. em história das religiões e professor da Universidade da Califórnia.

Zelota: A Vida e a Época de Jesus , figura na lista dos títulos mais vendidos do jornal The New York Times